lunes, 20 de julio de 2009

nuestro simposio sobre el dante

desde: jlcaontextos. escrito por José luiz caon.

JLCAONTEXTOS

SEGUNDA-FEIRA, 20 DE JULHO DE 2009

Sobre cultura da culpa e cultura da responsabilidade (um começo)

CARTA ABERTA A ISABEL BISSI e a tutti quanti

Isabel me pediu que escrevesse algo, a partir da jornada de dois dias no Samuara, Caxias do Sul, após uma leitura intensa do Inferno da CoMMedia de Dante. Aí vai. Espero que faça render outras escriturações. Abr jlcaon


Biblioteca mínica para se ler mais aprofundadamente a Dante:
Aristóteles, Física, Ética a Nicômaco; Política.
Ptolomeu, Tratado de astronomia (não é com esse nome).
Virgílio, Eneida.
Ovídio, Metamorfoses.
Lucano, Farsália.
Homero, Ilíada e Odisséia.
Tomás de Aquino: Summa Theologica (Não toda!!!)
Bíblia, Antigo e Novo Testamentos
Catecismos católicos

O Inferno de Dante é uma invenção fantástica que usa técnicas inovadoras de composição e de redação e versos, que utiliza conhecimentos enciclopédicos tirados das mitologias, das religiões, da filosofia, da astronomia, da geografia, da história, etc.

A visão fundamentalista da cristandade medieval é a bússola que norteia as diferentes perspectivas enfaixadas pelo talento e audácia que caracterizam a mente de Dante.

A minha leitura, analítica e psicanalítica, aproveita as intuições poéticas lançadas por Dante e as relança a partir de minhas vivências, experiências e experimentações, a partir das concepções do espírito que instiga no cristianismo atual, no marxismo atual e no freudo-lacanismo atual. Essa minha leitura serve-se, até onde poço alcançar, dos conhecimentos que estão à disposição do cidadão de meu tempo.

A concepção fundamentalista religioso-moral de Dante inserida na concepção fundamentalista religioso-moral da cristandade medieval ajunta as categorias filosófico-éticas da pesquisa aristotélica, incontinências, intemperanças e malícias debaixo de uma única categoria: pecado mortal sentenciado com o castigo eterno do inferno. Futuramente, a leitura do Purgatório permite algumas hesitações por parte dos fundamentalistas católicos medievais, inclusive Dante.

Sabemos que a crítica atual fornece achados preciosas e fecundos, a partir das pesquisas filosóficas néo-aritotélicas e néo-marxistas, as pesquisas psicanalíticas freudo-lacanianas resgatam e recompõe numa perspectiva de tolerância, de liberdade e de responsabilidade, isenta de culpa, anátemas e incriminalizações. Estamos num momento em que podemos comparar uma cultura da culpa com uma cultura da responsabilidade, como o faz Malamoud, citado por Sartou-Lajus: “Assim, em sânscrito, um mesmo termo designa a dívida e o dever, mas não podemos todavia identificar a dívida e a falha (incompletude), o que permite a Ch. Malamoud, em seus ensaios sobre o hinduísmo, distinguir fortemente uma cultura da dívida e uma cultura da culpabilidade, isto é, enfocar até a possibilidade de uma dívida sem culpabilidade.”

Assim, por exemplo, a cleptomania e o roubo não podem ser explicados e tomados sob uma única categoria: uma é incontinência e outro, fraude ou malícia.

A psicopatologia de que se serva a pesquisa psicanalítica fala em compulsões, obsessões, psicopatias etc. (Psicopatias enquanto comportamentos antissociais à revelia da consideração para com o outro e para com as instituições sociais vigentes.)

Uma leitura crítica, analítica e psicanalítica, dos 34 cantos do Inferno da CoMMedia de Dante pode ser lida com os livros abertos do Catecismo Católico, do Direito Penal, da Psicopatologia Ordinária, dos ensaios de moral e política e sobretudo dos ensaios de ética, como é concebida na pesquisa psicanalítica lacaniana dedicada à ética da psicanálise.

Agora, estamos no momento de retomar a leitura do Inferno da CoMMedia de Dante a, à luz do que se entende por DÍVIDA IMAGINÁRIA e DÍVIDA SIMBÓLICA (Sarthou-Lajus, Lacan) interrogarmo-nos sobre o que se pode avançar na concepção dos termos “Ética da Dívida”, nas pesquisas dos psicanalisantes e dos amigos da sabedoria.

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